A empresa por trás da ferramenta de design colaborativo Figma está prestes a abrir capital, com um IPO previsto para 31 de julho. Tornou‑se indispensável para designers, desenvolvedores e gestores de produto, transformando profundamente a forma como as equipes criam e colaboram em projetos digitais.

Mas será que vale a pena entrar nessa oferta?

O sucesso da Figma foi construído com uma solução 100% em nuvem, acessível diretamente no navegador. Acabaram‑se as versões pesadas de arquivos e as intermináveis trocas de e‑mails, as equipes podem trabalhar em tempo real no mesmo projeto, como acontece no Google Docs. Essa simplicidade conquistou desde freelancers até grandes corporações. Hoje, 95% das empresas da Fortune 500 usam a Figma, e a plataforma continua a se consolidar como padrão do setor.

💡 Vale saber

Em 2023, a Adobe tentou comprar a Figma por $ 20 bilhões de dólares, mas a operação foi barrada pelos órgãos reguladores. Mesmo assim, a Figma recebeu $ 1 bilhão de dólar em indenização, fortalecendo ainda mais seu caixa.

Principais números e desempenho financeiro da Figma antes da IPO

📊 Indicador 💵 Valor 📈 Por que é relevante
Receita LTM da Figma $ 821 mi Crescimento de 46% ano a ano, mostrando forte tração.
Margem bruta da Figma 91% Rentabilidade estrutural elevada, rara para uma IPO de tecnologia.
Clientes Fortune 500 95% Prova de ampla adoção entre grandes empresas.
Ações em circulação ~552 mi Determina a capitalização de mercado e o efeito de diluição.

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Por que a Figma atrai tanta atenção

A Figma é vista hoje como a líder incontestável em design colaborativo, graças à sua ampla adoção e ao modelo SaaS altamente lucrativo. Suas margens brutas superam até as da Adobe, algo raro para uma empresa desse porte. O crescimento segue sólido, as receitas aumentaram 46% em um ano, e a empresa se beneficia de um forte efeito de rede, quanto mais usuários, mais difícil se torna trocar de ferramenta.

A Figma não se limita mais apenas ao design

Novos produtos como Slides, Buzz e Site ampliam sua atuação para apresentações, marketing e criação de sites. Essa diversificação pode ajudar a empresa a conquistar mais participação de mercado da Adobe, sua principal concorrente. A tentativa frustrada de aquisição pela Adobe mostra, inclusive, o quanto a Figma é considerada estratégica.

💡 Vale saber

Com apenas 10,5 mil clientes pagando mais de $ 10 mil dólares por ano, a Figma tem enorme potencial de monetização por meio de reajustes de preços ou novas ofertas.

🚀 Ponto estratégico da Figma 💡 Impacto na valorização
Adoção massiva entre empresas Fortalece a receita recorrente e a fidelização dos clientes
Modelo SaaS com alta margem Permite lucratividade mais rápida e sustentável
Forte efeito de rede Quanto mais usuários, maior o custo de mudar de ferramenta
Potencial de expansão do ecossistema Desenvolvimento de novos produtos e aumento gradual de preços

Ações da Figma na IPO – riscos a considerar antes de investir

Apesar dos pontos fortes, há fatores que exigem cautela. A valorização é exigente, com o preço da oferta implicando múltiplos elevados de receita. A Figma também enfrenta concorrência crescente, a Adobe segue sendo um player poderoso, e ferramentas emergentes com inteligência artificial podem alterar o cenário nos próximos anos.

Outro ponto é que a Figma ainda monetiza pouco sua grande base de usuários. Sua assinatura é acessível em relação ao valor entregue, o que atualmente limita a receita por usuário. Para sustentar o crescimento, a empresa precisará aumentar preços ou ampliar seu portfólio para outros segmentos de mercado.

💡 Lembrete

As IPOs costumam gerar grande euforia inicial, mas não é raro que as ações recuem após as primeiras semanas de negociação. Para investidores de longo prazo, esperar alguns meses pode oferecer um ponto de entrada melhor.

Comprar ações da Figma agora é uma boa idéia?

A Figma tem fundamentos sólidos, ampla adoção, margens altas e potencial de diversificação. No entanto, o preço da oferta é ambicioso e já reflete boa parte do crescimento esperado. Investidores que acreditam no potencial de longo prazo podem considerar entrar, mas com uma visão de vários anos. Perfis mais cautelosos podem preferir esperar a volatilidade pós‑IPO diminuir para entender como o mercado realmente avalia a empresa.

A Figma é uma história interessante de crescimento e inovação, mas como ocorre em muitas IPOs de tecnologia, o grande desafio será comprovar no longo prazo a valorização que o mercado está disposto a atribuir.

Se você está pensando em comprar ações da Figma, tenha em mente os riscos pós‑IPO e avalie bem seu horizonte de investimento antes de decidir.

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A volatilidade em torno da IPO da Figma ocorre por diversos fatores. O setor de tecnologia é sensível a condições macroeconômicas, taxas de juros e decisões regulatórias. Além disso, o entusiasmo inicial pode gerar uma supervalorização temporária, seguida de correções rápidas nas primeiras semanas de negociação.

Depende da sua tolerância ao risco. Investidores de longo prazo que acreditam no potencial da Figma podem considerar uma entrada gradual. Perfis mais cautelosos podem preferir esperar alguns meses para ver como o mercado realmente avalia a empresa após a euforia inicial. Já investidores mais especulativos podem tentar aproveitar um possível “pop” nos primeiros dias de negociação, mas isso envolve alto risco.

A Figma apresenta um crescimento impressionante, com margens brutas muito altas e ampla adoção por grandes empresas. Esses fatores dão suporte à sua oferta pública, mas a avaliação proposta é ambiciosa e já embute boa parte das expectativas de crescimento futuro.

Os resultados financeiros, a capacidade da Figma de lançar novos produtos e integrar inteligência artificial, além da reação da concorrência, terão papel decisivo. Condições macroeconômicas, como taxas de juros e o apetite geral por ações de tecnologia, também terão impacto.

Investidores podem reduzir a exposição à volatilidade comprando de forma gradual, em vez de investir tudo de uma vez, ou aguardando o fim do período de lock‑up, quando os acionistas iniciais não podem vender suas ações. Definir um preço limite nas ordens de compra também ajuda a controlar melhor o risco.

A Figma já tem margens brutas muito altas (cerca de 91%) e forte crescimento de receita (~+46% ano a ano). No início de 2025, chegou a registrar lucro líquido de cerca de US$ 45 mi, apesar de um prejuízo anterior devido a um custo pontual.
➡️ Isso mostra que a rentabilidade é possível, mas o verdadeiro teste será manter essa dinâmica enquanto continua investindo.

Sim, e esse é um ponto chave – a Adobe tentou comprar a Figma em 2022 por US$ 20 bilhões, mas a operação foi bloqueada pelos reguladores. Desde então, a Figma continuou desenvolvendo seus próprios produtos (Slides, Buzz, Site, Make), aumentando a concorrência com a Adobe em vários segmentos.

Para perfis de longo prazo, a Figma está bem posicionada, com uma base de clientes sólida (95% da Fortune 500), um modelo SaaS eficiente e potencial de monetização por meio de novas ofertas ou ajustes de preços.
Porém, a avaliação atual já reflete grande parte das suas ambições. Entrar aos poucos ou esperar a estabilização pós‑IPO costuma ser uma estratégia recomendada.

A faixa de preço (US$ 25–28/ação) avalia a Figma entre aproximadamente US$ 14,6 bi e US$ 16,4 bi, semelhante a ofertas anteriores. Se o crescimento desacelerar ou a concorrência afetar as margens, pode haver queda na valorização. O mercado de tecnologia tende a precificar ganhos otimistas demais nos primeiros dias de uma IPO.

Após a oferta, os fundadores e primeiros investidores não podem vender suas ações por um período geralmente entre 90 e 180 dias – no caso da Figma, deve ser próximo de 180 dias. Quando esse período termina, a entrada de novas ações no mercado pode pressionar os preços para baixo.